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sexta-feira, 19 de outubro de 2012

O Mistério de Annamara - Parte II


Na manhã fria de uma cidadezinha do Canadá, todos os moradores permaneciam em suas casas. Domingo não era um dia de muita receptividade, ainda mais em um lugar tão congelante. Jo Anne já havia acordado, e estava à espera de seu marido Rob que todos os dias volta de seu emprego pela manhã, já que seu turno era de madrugada. Ele cuidava de uma fábrica, e na noite anterior foi seu primeiro dia, o salário era muito bom, e eles tinham dois filhos para criar, e Rob ainda tomava conta de sua mãe doente e viúva, portanto foi uma grande oportunidade.
  • Mãe – Disse Noah de dezenove anos – Cadê o pai?
  • Não sei querido, pega as xícaras para mim por favor e as coloque na mesa. Sabe, seu pai anda muito esgotado com essa procura de trabalho, ainda bem que encontrou esse, o salário é muito bom, creio que agora você poderá fazer a faculdade que tanto queria.
Noah pega as xícaras na cozinha e as coloca sobre a mesa:
  • Sabe, acho que vou fazer arquitetura, sempre fui fascinado por construções, principalmente as antigas, aquelas casas com desenhos de décadas passadas, inscrições em latim, essas coisas... é totalmente o meu ramo.
  • Fico feliz em saber que gostar muito e se empanha nisso, querido liga a televisão, vamos assistir algo enquanto a sua irmã não acorda, ai não teremos mais paz – risos.
O menino obedece o pedido de sua mãe, liga a televisão e se depara com uma notícia de algo que está acontecendo em sua cidade.
  • Mãe! Vem aqui rápido, vem ver! Estão falando de algo na nossa cidade!
A mãe se aproxima, colocando o pano de prato no braço do sofá, e seu coração já estava disparado enquanto lia toda a manchete no rodapé da tv.
Cozinheira da fábrica Weg relata sumiço de vigilante durante essa madrugada.”
  • Aumenta, aumenta esse volume! - Disse Jo Anne.
E o repórter com ar de suspense, parecendo adorar a notícia que estava dando, retrata com a maior voz de convicção:
- Durante esta madrugada, a polícia local recebeu um chamado vindo da maior fábrica da cidade, a Madeireira Weg, era a cozinheira, que relatava o sumiço de um vigia. Ela ainda afirmou que o viu durante a noite, após o alarme ser disparado por algum motivo que ela não tem conhecimento. Ficaremos agora com as palavras da empregada.
- Eu estava na cozinha, eram mais de meia noite, o alarme soou, eu me assustei, mas permaneci na cozinha, pois sei que verificar o que houve não faz parte do meu trabalho. Logo após isso o vigia apareceu pela cozinha, parecendo muito assustado com o soar do alarme, creio que iria pegar um copo de água. - Disse a cozinheira.
- A senhora crê? Então o que de fato Rob Sanders foi fazer na cozinha se não bebeu o tal copo de água? E... creio que seu turno já havia acabado quando o fato aconteceu, não?
- Sim, meu turno já havia acabado, mas moro nos fundos da fábrica, e tive sede, e vim beber água. Não posso adivinhar o motivo pelo qual Rob apareceu na cozinha, creio que com o susto quis beber água, e não bebeu porque levou outro susto, ao me ver por lá.
  • Muito... obrigada Dona Matilde, falaremos agora com o dono da Madeireira, senhor Joy. Bom dia senhor Joy, pode nos contar o que aconteceu esta madrugada?
    - Bem, não sei se posso ajudar muito, pois quando o vigilante da noite chegou, dei meu telefone para caso ele precisasse de algo, uma pistola e uma lanterna, como de costume, tirei algumas dúvidas do rapaz, e logo fui embora. A empresa que monitora a fábrica, mandou um alerta assim que o alarme soou, e logo vim parar aqui, já não encontrei Rob, nem a lanterna e.. nem a arma. Corri procurar Dona Matilde, que se encontrava em seus aposentos, nos fundos da fábrica, ela parecia com sono, não sabendo de nada. Contou- me que sim, ouviu o alarme, mas Rob foi logo a cozinha, lhe dizer que já havia verificado tudo, e não encontrado nada, ela crê que ele deveria ter voltado para sua guarita.. deveria. “
    Após Jo Anne ouvir esses relatos, ela desmaia...
    - Jo Anne? … Você está no hospital, se recuperando de um desmaio, por favor.. abra os olhos, já está acordando!
  • Quem é você? - Diz a pobre mulher ainda muito confusa, esfregando seus olhos, parecendo incomodada com a luz que entrava pela janela de seu leito.
  • Sou o investigador desse condado, e atendendo aos pedidos do xerife, vim aqui procurar seu marido.. quero dizer, encontrá- lo. Meu nome é Bradford.
  • Por favor senhor, preciso que o encontre, temos dois filhos para criar! Aliás aonde estão meus filhos, aonde estão Noah e Gracy?
  • Fique calma, enquanto tudo isso não acabar, eles vão estar a salvo com a assistente social! Mas agora, preciso que me responda algumas questões!
  • Creio que não posso ajudar, eu não sei de nada do que aconteceu, ele saiu para trabalhar e não voltou. Ah meu Deus!
  • Mantenha a calma por favor, sempre deixamos escapar alguns detalhes, vou pedir depoimento de todos os envolvidos, você, Dona Matilde e o dono da fábrica, senhor Joy.
    […]
  • Bem... aqui estamos, no meu gabinete, agora... deve me contar como foi a última conversa de vocês?
  • Bem senhor Brad .. Bradford certo? Ele não quis jantar conosco noite passada, porque disse que já estava atrasado para seu turno, e ele realmente queria esse emprego, nosso filho mais velho quer entrar na faculdade e.. Rob é um marido muito bom!
  • E só isso? Ele não ligou para senhora durante a noite? Mais nenhum contato?
  • Nenhum senhor!
  • Okay, muito obrigada, vou colher os depoimentos dos dois que te falei, logo ligo lhe contando as novidades.
    O investigador anota algumas palavras em sua agenda particular, logo pede pra entrar em sua sala, Dona Matilde.
  • Bom dia, queira se sentar por favor.
  • Obrigada – disse Dona Matilde um pouco desconfiada, e com cautela olhando para todos os lados.
  • A senhora parece um pouco perturbada, e a vi no noticiário, parecia menos nervosa do que agora.
  • Mas é claro, vi que o dia está passando e vocês não encontram o vigia, está ficando sério isso.
  • Creio que isso já ficou sério desde o momento que ele sumiu. Conte- me, quando deu conta de que ele não estava mais na guarita? Alias, para a senhora saber disso, quer dizer que esteve na guarita dele depois do seu turno, por que?
  • Bem.. é que.. - aparentemente confusa – Ele.. Quando soou o alarme, eu estava na cozinha, bebendo água, logo depois Rob apareceu, um pouco assustado, creio que pelo som alto do alarme. Ele me disse que não encontrou nada, e voltou de onde veio, acho que da guarita... Mas como eu disse para no jornal, mais cedo, ele deve ter ido na cozinha para beber água, porque levou um grande susto com esse alarme, e acho que não esperava me ver por lá, por isso creio que esquecer de pegar sua água... Foi aí que tive a idéia então, de pegar um copo de água para ele, levei na guarita, mas ele já não estava mais lá. Liguei la do telefona da garita mesmo, para a polícia, quando coloquei o telefone no gancho, Senhor Joy chegou porque foi avisado do alarme e só.
  • Entendo... que bondosa a senhora querer ajudar Rob – disse em tom irônico. Bem, e porquê a senhora mora nos fundos da fábrica, sendo que os outros empregados não?
  • Assim que a fábrica foi aberta, eu logo entrei como cozinheira, alias sou a primeira empregada daquele local, e foi um acordo com o senhor Joy!
  • Acordo?
  • Sim.. é.. eu morava em um lugar ruim, então para facilitar me deixou ficar na edícula da fábrica, nos fundos.
  • Entendi, acabamos por aqui... é.. seu nome, é Matilde do que?
  • Meu nome? Matilde.. Williams, isso, Matilde Williams
  • Ok, muito obrigada.
    Bradford investigou o senhor Joy, que não tinha muito a acrescentar, e mais algumas testemunhas que disseram terem ouvido o alarme, mas nada foi mais relevante, do que a dona Matilde.
    […]
    O caso tinha esfriado, já se passavam um ano e dois meses desde o dia que Rob Sanders havia sumido, até que como uma uma mensagem divina, o faz pensar na casa bizarra que havia na frente da fábrica. Ele se lembrava de quando teve que resolver um caso de assassinato há muito tempo atrás, no começo de sua carreira, e mesmo sem ter explicações, resolve ir na casa, ao menos para reviver aquele momento.
    Já na frente da porta principal da casa, observa aquela assustado gárgula que tinha ali, que faz passar um flashback por sua cabeça, o fez lembrar do assassinato da pequena Annamara, que foi esfaqueada por seu próprio pai, por engano enquanto ele tentava acertar o bandido que havia invadido sua casa. Ele sobe pelos degraus sombrios e úmidos da casa velha, chegando assim ao andar superior, e é aqui que nota algo estranho.
    No carpete velho, havia uma pegada, de sapato masculino, que ele não se lembrava de ter na época do crime, e percebe de cara de a casa foi invadida após o assassinato. A pegada leva em direção ao quarto da garotinha, pra onde ele então se dirige, e realmente não esperava ver o que viria por ai.
    Uma lanterna e uma arma estavam jogadas no chão, e ainda não estavam empoeiradas, o que significava que não fazia muito tempo que estavam ali. Logo depois, uma faca antiga, com vestígios de sangue que a perícia deve ter deixado de investigar, esquecendo- a próxima do carpete. E logo Bradford lembra que no noticiário, senhor Joy disse que antes de sair, apenas o entregou uma lanterna e uma arma, caso o vigia precisasse... as peças começavam a se juntar agora.
    […]
    O investigador resolve pesquisar por toda a papelada da fábrica, desde compras antigas, donos antigos, até o nome dos empregados, e o mais sinistro, foi quando encontrou que a primeira cozinheira, se chamava “ Matilde Weg”, que é o sobrenome do dono da fábrica Joy Weg. O fato era que Brad acabara de descobrir que a cozinheira Dona Matilde era casada com o dono da empresa, senhor Joy.
    Mas as incertezas não acabavam por ai, pois isso não explicaria porquê ele não a tratar como esposa e nem porquê de ela trabalha para o seu próprio marido como cozinheira. Resolveu portanto colher novos depoimentos.
    […]
  • Dona Matilde Williams certo?
  • Certo..
  • Errado! Matilde Weg é seu nome, mulher de de Joy Weg, o dono da fábrica, agora conte o que sabe!
  • Ah.. ah meu Deus! Como … como descobriu isso? Tudo bem.. eu... eu vou contar.
  • Ótimo.
  • Em 1945, houve um assassinato no casarão da frente. O senhor sabe, pois foi o senhor mesmo que investigou... Joy, meu marido.. e eu, estávamos dormindo quando escutamos um barulho na casa, eu o acordei, e ele foi ao quarto de nossa filha Annamara, depois disso só escutei os gritos dela, e o resto foi só o que saiu nos noticiários.. que ele a esfaqueou sem querer, enquanto tentava matar um ladrão. A questão, é que após isso ele nunca foi o mesmo. Acabou sendo inocentado, e abriu a fábrica e ai.. nos separamos.. mas não oficialmente. Eu pedi para que me deixasse trabalhar na cozinha, pois sabia os gostos dele, e queria cuidar dele, mas ele parecia muito perturbado.
  • Entendi perfeitamente.. mas quando sua filha morreu... Não me parece convencida de que seu marido a matou sem querer!
  • Odeio ter que pensar assim, mas ele naqueles tempos, ele andava muito transtornado com a nossa filha, ela acordava de madrugada, andava pela casa falando sozinha, e dizia sempre estar em companhia.. de alguém.
  • Alguém? Que alguém?
  • Alguém que nós.. não.. podemos ver. Joy dizia que ela tinha problemas, e que deveríamos interná-la, mas eu não aceitava, dizia que tudo isso só iria piorar a sanidade mental de minha filha.
  • Então acha que por stresse ele a matou? Para não a ver fazer essas coisas malucas?
  • É aí que eu não sei, prefiro acreditar no fato de que ele a matou sem querer, mas meu coração não concorda com isso.
  • Mas então, encontrei a lanterna e a arma do vigia Rob Sanders em sua antiga casa, ele esteve lá, e algo o levou , pra algum lugar.
  • Ahh minha nossa! - Disse Dona Matilde chorando. A velha mulher se levantou e correndo foi embora o mais rápido que conseguiu. Bradford, sem entender nada, resolve tirar suas dúvidas com Joy.
    […]
  • Senhor Joy... quero dizer que já conversei com sua... esposa, dona Matilde Weg, que me contou tudo... Agora quero saber de você, conte- me como tudo aconteceu no assassinato de sua filha em 1945?
  • Ah Deus! .. Como o senhor desco... Mas espera, o que isso tem a ver com o Rob Sanders?
  • O senhor realmente não sabe? A lanterna e a arma dele foram encontrados no quarto de sua filha, na sua antiga casa.
  • Na minha antiga casa? E o que ele foi fazer lá?
  • É exatamente isso que eu quero saber. Mas para saber o futuro, preciso que me conte o passado.
  • Tudo bem... Era 13 de Janeiro de 1945, uma noite fria e muito nublada, escutei passos pela casa e... minha esposa me acordou para que eu fosse ver o que estava acontecendo. Eu levantei, peguei uma faca que guardava sempre em minha mesa de cabeceira e fui conferir. O barulho vinha do quarto da minha filha, Annamara. Quando entrei, vi um ladrão, fui o atingir e ele colocou minha filha na frente, não consegui parar o impulso no meu braço a acabei atingindo minha filha.
  • Parte dessa história não está certa, pois a faca que o senhor a matou, a perícia encontrou, claro... e foi assim que desvendamos o crime, porém, fui a casa novamente, e uma faca antiga e ensangüentada estava la, e é da mesmo época, faz parte desse crime. Mais alguém estava segurando essa faca, e pelo o que me lembre o senhor saiu ferido. Mas como se machucou se o bandido nem o atacou? E quem estava com essa faca? O senhor não quer me contar, mas sua esposa me disse que Annamara tinha problemas mentais, e o senhor já estava muito aturdido com o que ela fazia, vagava pela casa de noite, falava sozinha com um... alguém, alguém que vocês não enxergavam. Anda, conte- me, essa faca estava na mão de Annamara não era? Foi ela que o atingiu primeiro, e em seguida você a acertou!
  • Por favor – disse Joy aos prantos – Eu não sei o que deu na cabeça de minha filha, ela tinha esses problemas mas nunca fora agressiva, mas aquele dia... eu vi o ódio em seus olhos, eu não tive outra escolha, eu entrei em seu quarto, e ela me acertou... Eu só queria que ela parasse, então a acertei também, mas com isso ela faleceu, e me sinto mal por tudo isso até hoje.
  • O senhor realmente acha que ela tinha problemas mentais, ou... algo a mais a perturbava? Como... esse alguém que ela dizia ver?
  • Eu... sinceramente senhor, acredito que tenha algo a mais nisso, só que o senhor não deve voltar naquela casa!
  • Isso é uma ameaça?
  • Não senhor! É um aviso amigo, tem algo lá, algo que levou minha filha, e algo que atrai todos os vigias que contrato, eles sempre acabam sumindo, e tenho algum envolvimento com minha casa, permaneça longe e ficará a salvo.
    Mas já era tarde demais, o mistério de Annamara morreu com ela, assim como Bradford que sumiu horas depois, e virou apenas mais uma estatística.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Savers


 “ Há muitos anos venho testando um experimento que revolucionaria a história da ciência, caso eu tivesse obtido bons resultados...
De acordo com minhas aprofundadas pesquisas, até hoje a ciência decodificou 465 tipos diferentes de câncer, alguns suscetíveis a tratamentos com Rapamicina, os chamados tumores
m-Tor, já em alguns outros o medicamento não funciona tão bem. Os médicos escolhem as drogas que funcionarão melhor para o tipo específico de câncer e o DNA, mesmo os tumores do tipo
m- Tor, que pode ser tratado com medicamentos, ainda assim a vida do paciente seria estendida para em torno de um ano. Com minhas pesquisas, descobri algo surpreendente: Após trinta anos investigando os componentes do medicamento Rapamicina percebi que algumas enzimas do mesmo, estava presente também no sangue de um inseto o 'Pyrocrusis' parente distante do conhecido “ Bicho Barbeiro” que causa a doença de Chagas.
Após separado a enzima que me interessava do inseto, implantei na cobaia “ Reprodutora A”, e isso me levou a uma ótima conclusão:
[…]
Ficha Hospitalar – Reprodutora A:
Portadora de um tumor cancerígeno do tipo m-Tor que responde positivamente ao tratamento da Rapamicina, após implantar a enzima do mosquito hospedeiro da mesma, percebi que seu tumor era completamente eliminado, dando assim uma expectativa de vida bem maior do que com a administração do remédio.
[…]
E isso seria uma revolução na ciência, pois a enzima do mosquito elimina por completo o tumor de uma só vez, e ainda aumenta a expectativa de vida completamente, mas então, você deve estar pensando ' o que deu errado?'.
Essa descoberta me levou a outra, após monitorar a Reprodutora A, percebi que algo mais surpreendente estava acontecendo.
Suas células antes normais como as de todos os humanos, precisam da vida do paciente, para sobreviver, mas na Reprodutora A, vi que essas células se mantinham vivas por si só. E este efeito colateral não era o que eu esperava como resultado, fracassando assim, uma grande chance de cura total para o câncer tipo m-Tor.”

Dra. Katherine Spiker
Centro de Cura ao Câncer Savers
19 de Fevereiro de 1980
[…]

- E aí Nick? O que pensa em fazer com isso?
- Você leu essa carta? Mães normais deixam dinheiro de herança, não uma carta com experimentos malucos! Aliás, realmente eu não poderia esperar nada diferente disso.. vindo dela.
- Nick – disse Sidney – sua mãe era uma cientista, que foi julgada e processada, porém ela deixou a receita do 'bolo mágico' para você, pensa nisso! - Sidney se retira após dizer isso.
[…]
Nicolas Spiker, médico formado, trinta e dois anos, atua no hospital de pesquisas ortomolecular ( células- tronco). A confusão em sua mente, era como um rio de neurônios fervendo. Sua mãe teria dado início a algo que a tempos ele tenta esquecer, tudo relacionado a câncer, era algo dolorido para ele, algo que ele tenta tratar e curar à trinta anos, desde quando se entende por gente sabe que tem câncer no pâncreas o que o incentivou a trabalhar com as agora muito pesquisadas “ Células – Tronco” .
Sabe-se ainda muito pouco sobre ela, porém é o futuro promissor da ciência, pois sabemos que ela é capaz de se transformar em qualquer órgão, ou estrutura do corpo humano. Nick queria o mesmo que sua mãe, a cura para o câncer, mais profundo ainda para ele que sofria da doença. Ele apoiava a tese de que se um órgão fosse destruído pelo câncer, as Células – Tronco poderia se transformar nesse órgão, evitando a morte do paciente. Mas suas pesquisas sempre foram em vão, o Conselho de Medicina nunca apoiou ou liberou verbas para que ele desse início ao trabalho pois era considerado arriscado demais para a vida de um paciente.
Mas agora Nick tinha outros problemas, como o que ela ia fazer com o laboratório da mãe dele, o Savers, após conversar com Sidney ela expõe uma idéia:
- Nick... você sabe que o Savers era a vida da sua mãe, não pode querer destruí-lo assim, apagar tudo o que ela fez pela ciência!
- Ela já morreu Sidney, e ela mesma se destruiu, nunca precisou de ninguém para fazer isso. Quer saber... vou desligar!
- Não .. Nick.. eu.. eu.. tenho uma idéia!
[…]
- Não acredito que estamos aqui! - disse Syd ao olhar para a mansão ao estilo neo- clássica na Suiça, mais conhecido como o centro de cura da Dra. Katherine, o Savers.
- É... e eu tentando esquecer esse lugar, e você me convence a vir pra cá... ótimo!
- Ao menos aqui você vai poder testar suas pesquisas com células- tronco sem ser incomodado, pensa nisso.
Nick e Syd adentram a grande mansão, laboratório, onde muitas mortes aconteceram por causa da Dra. Kathe, Nick nunca a perdoara por isso.
A sala onde Nick Spike escolheu para dar início aos seus testes, ainda estava impecável e com as coisas de sua mãe, coisas que ela havia deixado pra trás.
- Syd, preciso ficar sozinho, eu vou ficar bem!
- Ok senhor Spike – disse confiante- Eu confio em você, vai dar tudo certo, volto em seis meses.
[…]
Durante esse tempo Spike tentou reconstruir órgãos afetados pelo câncer, usando as células- tronco, com todas as tentativas fracassadas. Pesquisou novos métodos, nenhum lhe dava resultados satisfatórios.
Passados seis meses, Syd volta ao Savers, imaginando o melhor, mas não é bem o que encontra:
- Syd, eu tentei... tentei de tudo, tudo mesmo, mesmo as células- tronco se reconstituindo no órgão doente, o tempo que demora é maior do que o câncer para se espalhar, portanto todos os ratinhos em que testei, morreram doentes.
- Vamos Nick, ao menos não usou humanos – Risos.
- Nossa, isso fez eu me sentir muito melhor – Disse ironicamente.
- Mas eu trouxe algo, para você testar, não custa nada.
- E o que é?
- Faça o bolo! - Disse Syd entregando a carta com os experimentos da mãe de Nick que ela havia deixado como herança. Saiu da sala, foi embora deixando Nick Spike atordoado.
[…]
Passaram- se duas semanas, e nesse tempo Nick ficou pensando se deveria prosseguir com os estudos da mãe, lendo suas descobertas, e durante esse tempo, ele ia emagrecendo, o câncer ia o consumindo cada vez mais e mais rápido, ele sabia que não tinha muito tempo. Então deu início ao projeto que chamou de “ Pyrocrusis” o nome do inseto que sua mãe usou.
Suas pesquisas chegaram apenas aonde as de sua mãe também havia chegado, percebendo a grandeza desse experimento... porém, ele não havia testado em humanos ainda, e isso era necessário.
Releu a ficha hospitalar da Reprodutora A, paciente de sua mãe, e percebeu que na ficha não constava o fim que a paciente havia levado, se ela sobreviveu ou não. Apenas constava que suas células agora tinham uma espécie de vida própria, após aplicar a enzima do inseto.
Ele poderia continuar o experimento em um paciente terminal de câncer do tipo m- Tor, mas ele temia por não ver o fim do trabalho, como sua mãe não viu.
Então toma uma decisão de testar em si próprio o que aconteceria, pois ele também era portador desse tipo de câncer.
[…]
Preparou a seringa com as enzimas do Pyrocrusis, seu corpo já estava ligado à vários aparelhos como: Câmeras, aparelhos de pressão , medidor de batimentos etc.
Seria agora ou nunca. Após um grito de dor estridente, sentiu as enzimas percorrendo seu corpo, teve alucinações... apagou.
[…]
Acorda lentamente ainda confuso com o que aconteceu, mas vai recobrando a consciência aos poucos, levantou da cadeira, foi em direção ao computador, onde a máquina de ressonância estava ligada. Ele estava curado.
Sabia que esse era o momento mais importante da sua vida, e para a ciência também.
- Estou curado! - Gritou para os quatro cantos. Resolve ligar para Syd:
- Syd, estou curado, curado! Meu tumor sumiu, minha mãe tinha razão, estou curado!
- Nick? No... nossa! - Sidney ainda confusa tenta entender – Mas... na carta não dizia que teve um efeito inesperado? Você continuou a pesquisa antes de se auto aplicar né?
- Bem... estou testando em mim não é?

____________________________________Ligação cai___________________________________
Sidney viaja até o Savers, correndo por entre os corredores da mansão, até entrar no laboratório e se assustar por ver ele vazio. Escuta um barulho vindo do porão, corre averiguar:
- Ah minha nossa Nick, vc está bem?
- Coloca a mão no meu coração! - Diz Nick puxando a mão de Syd contra seu coração.
- Eu... não sinto nada.
- Exatamente, ao aplicar as enzimas, elas destruíram mais câncer, mas também o meu coração, ele parou, mas meu corpo não precisava mais dele para se manter vido, as células faziam isso por si só!
- Ah meu Deus, então você está curado?
- Tecnicamente... pensei então em aplicar as células- tronco em mim, porque daí ela vai reconstituir meu coração, fazendo ele bater novamente, então meu corpo voltará ao normal, mas sem câncer! Minha mãe estava certa, só faltavam as células- tronco para terminar o experimento! - Disse Nick já se auto aplicando a injeção de céluas- tronco. - Achei a cura para o câncer!
- Mas se você não aplicasse essa injeção de células- tronco, você continuaria a viver sem coração?
- Sim, e eu seria um tipo de imortal, indestrutível, eu seria muito perigoso para a sociedade, não quero ser um deus, só queria a cura para essa doença, e eu e minha mãe, conseguimos!
[…]
- Nossa nem acredito que estamos na Convenção de Ciências Médicas hoje, você vai ganhar o maior prêmio já visto pela humanidade! - Disse Syd.
- Sim e ninguém imagina que os estudos da minha mãe, que foi muitas vezes chamada de maluca, mais as minhas pesquisas, resultariam na cura da doença que mais mata no mundo!
Sidney e Nick Spiker sentam nas cadeiras de honra esperando o momento para subir ao palco e anunciar sua tese, logo seria a vez dele, após uma mulher se apresentar. Ela estava se encaminhando ao palco, quando parou ao lado de Nick e sussurou:
- Sua mãe... ela deu o pontapé que eu precisava!
- O quê? Quem é você?
- Pode me chamar de Reprodutora A! Syd e Nick se entreolharam e ficaram pasmos ao ver que a mulher apresentou a mesma tese que ele iria apresentar, ela ganhou o Prêmio Nóbel de Ciências Médicas e ficou conhecida por todo o mundo, ela ficara com os créditos... Mas Nick percebeu uma coisa ainda mais grave:
Se ela que havia inventado o soro de células- tronco para refazer o coração, e assim voltar a vida normal como um mortal... Então a Reprodutora A …....
- Ahhh meu Deeeus!!!

sábado, 30 de junho de 2012

Ao entardecer


     James Pike, esse nome era muito conhecido em todo o território americano e até mesmo fora dele. Seus livros de suspense viraram best -seller, realmente eram muito bons.
James não era casado, não tinha filhos. Famoso solteirão americano, as meninas se matavam para tirar uma foto com ele... é ele tinha grana.
Escrevia suas obras de suspense/ação baseadas em sua própria imaginação. Em seu quarto, com uma luz indireta, foi onde escreveu seus dois livros mais famosos : “ Ao entardecer” e “ Ao cair da noite” , era uma saga, após o sucesso da publicação desses citados, Pike já estava escrevendo mais um, porém não achava um título adequado para o mesmo.
[…]
-911 no que posso ajudar?
- Meu Deus, eu estou na All Street e tem uma pessoa caída em cima de um taxi, acho que caiu de um prédio, eu não sei, meu Deus vem logo.
- Senhora fique calma, uma viatura já está sendo encaminhada para o local, enquanto isso permaneça na linha comigo ok?
- Ta.
- Ótimo, reconhece a vítima?
- Não, acho que não.
- Consegue dizer quantos anos e o sexo da vítima?
- É uma mulher, deve ter entre uns vinte à trinta anos, meu Deus vem logo!
- Senhora mantenha a calma, uma viatura já esta chegando aí! Consegue ver se ela está respirando?
- Não da pra saber, ela está em cima do capô do taxi, torta, acho que está morta! Minha nossa!
- Olhe para cima, da onde diz que ela pode ter caído, vê alguem na janela?
- Mas é claro, todos estão olhando la de cima agora. Os bombeiros chegaram, vou desligar.
- Ok senhora, obrigada por manter a calma, qualquer coisa adicional, nos avise.”
[…]

Apenas um dia comum, em uma cidade agitava e cheia de crimes, a perícia criminal sempre tinha casos cabeludos para resolver, mas dessa vez, recebeu mais um, e que realmente era bem estranho:
- Dra. Jessie, uma mulher, branca, sem identificação foi encontrada sobre o capô de um taxi, morta, o corpo dela já está na sessão de pesquisa com o Dr. Gray.
- Ok, aonde está o taxi?
- Creio que foi dispensado, ferro velho talvez?
- Está de brincadeira comigo né? Trata de trazer esse táxi pra cá agora, além do corpo é a única evidência da morte da garota, como pôde dispensar?
- Me desculpe... Jessie, Dra Jessie, eu vou trazê-lo agora!
- Ótimo, e torça para as evidências não estarem distorcidas!
….
- Dr. Gray, o que pode dizer sobre a morte da garota?
- Bom dia Dra. Jessie, bem a menina passou uma noite e tanto: Tem marcas aprofundadas no pulso, arriscaria algemas.. Dentes quebrados e caixa craniana em pedaços, arriscaria a queda de mais ou menos vinte metros.
- Hora da morte?
- De acordo com a temperatura do fígado, diria que morreu em torno das onze horas da noite de ontem.
- Ok obrigada doutor.
- Espere! O exame toxicológico não enfatizou nenhum tipo de droga ou droga ilícita, mas... achei uma coisa.. ao mínimo estranha. Adivinha?
- Doutor, não estou aqui para joguinhos, diga logo o que encontrou!
- Nossa, alguém acordou com muito mau humor hoje hein.. Mas enfim, durante a autópsia, vi que todos seu órgãos tinha uma coloração cotidiana, normal, porém mesmo com a cânfora que passei no nariz para não sentir cheiro, percebi que o estômago dela, estava com um cheiro.. que eu poderia reconhecer por toda a minha vida!
- Muffins?
- Engraçada você né?! Não, se lembra daquele caso, em que o homem negro foi morto, mas não achamos evidências de drogas no corpo, porém com o cheiro do estômago dele descobrimos que ele havia sido drogado com uma substância que não aparece no exame toxicológico?
- Han.. sim, e o que tem?
- Pois é exatamente o que aconteceu com a garota do taxi aqui.
- Ótimo Dr. Gray, vemos que ou ela ou o assassino conhecia muito bem sobre medicina.
- Ou drogas.. - risos.
- É, sim.. mas alguma coisa, ela sofreu abuso ou algo assim?
- Não, mas... eu percebi que pela grossura da marca no pulso, não são algemas comuns, e nem as dos policiais desse distrito.
- Ok, qualqur coisa adicional me avisa, obrigada doutor!
- Sem problemas.
Dr. Jessie agora tem o taxi em suas mãos, e começa olhando pelo capô, onde a garota foi encontrada. Procura por digitais, evidências do crime, qualquer coisa que ligue a garota à alguém ou apenas o nome da menina, não encontra nada, mas pensa em pegar as digitais da garota para achar seu nome, e a placa do carro para conversar como tal taxista.
Victoria Winslett, esse era o nome da menina, tinha vinte e três anos, trabalhava em uma escola primária, sem antecedentes criminais. Não parecia o tipo de garota que se envolve com drogas. O problema é que aqui não tem nenhum endereço nem dela, nem de nenhum familiar para que a doutora pudesse contactá- los... Portanto partiu para o estágio II , achar o dono do carro:
- Doutora Jessie?
- Fala Ramires, você de novo... Olha não encontrei nenhuma evidência no carro, espera que não tenha sido erro seu! .. E o que você quer?
- Te avisar de dua coisas. Primeiro, o capitão Luck quer o formulário completo da morte da garota pois vai publicar na imprensa para ver se conseguimos encontrar a família da vítima ou qualquer outra coisa, e segundo, o apartamento de onde ela caiu , era o único com vestígios de sangue na maçaneta, no caso, sangue da própria vítima, o apto. Está lacrado, quando a senhora quiser ir...
- Obrigada Ramires.
Jessie procurou pela placa no sistema criminal, e encontrou Diego Martinez, sem antecedentes criminais, trabalha em uma companhia de táxi à vinte anos, casado e mora na periferia da cidade. É de origem hispânica. A doutora foi na casa de Diego, fazer alguns questionamentos, enquanto mandou alguns peritos analisar o apartamento onde o sangue da vítima foi encontrado.
- Senhor Martinez, Policial Jessie Robbins da divisão pericial, abra por favor
- No que posso ajudá-la senhora?
- Qual o seu nome?
- Maria Rosa Martinez, o que quer com o meu marido?
- Ele se encontra?
- Sim...
[…]
A detetive Robbins conversou com Diego Martinez e percebendo que ele não tinha nenhuma ligação com o caso, o dispensou.
Após passados duas semanas, o caso esfria, a detetive Jessie já pensa em arquivar o caso, sem provas, sem evidências sem assassino, realmente não tinha o que fazer.
- Dra Jessie Robbins?
- Olá Capitão Luck, no que posso ajudá- lo?
- Acho que vamos reabrir o seu caso! Publiquei na imprensa todo o caso da Victória, e adivinha, um homem chamado James Pike veio até aqui conversar comigo e...
- Espere! Disse James Pike? Esse nome não me é estranho... meu Deus juro que já ouvi..
- Claro que já ouviu, é o maior escritor de suspense/ação que temos neste país!
- E o que ele tinha a dizer sobre esse caso? Ah já sei, pediu o formulário pra fazer uma história baseada nesse caso?
- Quase isso, o fato é que esse caso já existe na história dele, e quando publicamos na imprensa ele percebeu que a morte da garota foi exatamente igual a como ele escreveu no livro dele!
- Ai caramba! Acha que estamos lidando com um serial killer?
- Se você ler o livro, vai torcer muito para o “ assassino” não estar se baseando nele.
[…]
Após investigar novamente a morte da Victória, conseguiram chegar até um suspeito: O namorado da vítima, Bruce Daniels, com antecedentes criminais por porte ilegal de drogas e roubo. Um contraste e tanto com a ficha criminal limpinha da vítima. Após conseguir um mandado para vistoriar a residência de Bruce, encontraram uma algema que bateu com a descrição da usada na vítima. E mais, encontraram o DNA de Victória na algema, realmente, era aquela. E por fim, Bruce foi preso.
Ótimo, tinha tudo para ter sido mais um crime solucionado, mas se fosse assim, não seria como no livro.
[…]
Jéssie começou a ler o primeiro livro da saga de Pike, e percebeu a semelhança ( ou a total semelhança) com a investigação da Victória Winslett, mas também percebeu que no livro, o namorado da vítima havia sido preso, injustamente, a algema foi plantada na casa dele, para o incriminar. Agora a detetive Robbins realmente estava se sentindo confusa, pois ela tinha provas que acusavam Bruce, porém o livro estava em total semelhança com seu crime e nele o namorado da vítima era inocente. Ela não sabia o que fazer, então decidiu ler o resto do livro, para ver se encontrava uma saída.
Percebeu também, que em nenhum momento é mencionado o autor dos crimes no livro, e então resolve falar com o escritor, James Pike:
- James Pike? Aqui é a policial Jessie Robbins da divisão pericial do distrito, podemos conversar?
- Olá, mas é claro, no que eu puder ajudar...?
- Ótimo, eu andei lendo seu livro, para entender mais sobre o meu crime e.. percebi que no seu livro , o namorado da vítima era inocente e que a algema foi colocada lá pelo verdadeiro assassino.
- Sim, é exatamente isso.
- Então, também percebi que em nenhum momento você menciona o verdadeiro assassino, porquê?
- Qual é a graça de saber quem é o verdadeiro assassino sem estar no fim do livro?
- Está dizendo que no fim do livro tem o verdadeiro então?
- Não, estou dizendo que meu livro é como um enigma, vai ter que lê- lo para decifrá- lo!
Jessie já estava se irritando com Pike:
- Sabia que posso te indiciar por não colaborar com a investigação?
- E eu posso afirmar que você quer soltar o assassino da vítima apenas por ler meus livros, passar bem!
Pike desliga o telefone.
Jessie Robbins continua a ler o tal livro, ela realmente vê que Pike escreve muito bem, mas é interrompida por receber um chamado do seu chefe, Capitão Luck:
- Detetive Robbins, venha agora até a Chikkens Store, corre!
- A loja de frango frito? Isso é um encontro?
- A-G-O-R-A!
- Calma, estou indo.
Jessie veste sua jaqueta da divisão pericial, coloca seu distintivo e carrega sua arma, e se encaminha até o tal restaurante, chegando lá...
- Detetive Jessie, estamos no episódio II!
- Como é?
- Você leu o livro do James Pike?
- Estava lendo quando você me ligou!
- Chegou no capítulo II ?
- Han, não, mas o que tem a ver?
- Bem, eu li, e o crime de agora, novamente é igual ao do livro. Abrimos um inquérito especial, estamos dando prioridade para esse caso, todos os detetives da divisão e os policiais estão nesse caso, estamos lidando com um Serial Killer.
A detetive adentra ao restaurante, vê tudo intacto e não encontra nenhum corpo, volta então a falar com Luck:
- Capitão, não encontrei nada de anormal aqui?!
- Então vai ao beco aqui ao lado, onde é despejado o lixo do restaurante, e abra a lata de óleo usado.
Jessie não acreditava no que tava vendo, a criatividade do assassino era enorme, o corpo estava dentro da lata de óleo. Não encontrou nenhuma digital nenhum vestígio nada! E ela não sabia como ligar o primeiro crime com esse, pois não realmente não tinham nenhuma ligação.
O nome da vítima é Josh Spid, era um homem comum que trabalhava na Chikkens Store. As câmeras de vigilância foram desligadas portanto não se sabe quem entrou ali, e nem como.
A mulher volta para sua repartição, para falar com o legista Dr. Gray que já havia analisado o novo corpo:
- Mais um doutor... Achamos que o caso do Josh tem a ver com o da Victória, porque achamos que um serial killer está se baseando no livro de James Pike, mas não temos como conectar os dois casos.
- Agora tem! A mesma droga encontrada na Victória que não aparece no exame toxicológico, também foi encontrada no corpo do Josh, com essa evidência já pode interligar os crimes.
- Obrigada doutor, vou pedir para o Capitão Luck colocar policiais na fronteira, para monitorar quem entra e sai.
- Mas uma vez, apressada, ele também tem marcas de algema, as mesmas usadas na menina!
- Mas o suspeito de Victória, o Bruce, já esta preso, e a algema já foi aprendida!
- É, só acho que ele não é o assassino que vocês procuram.
[…]
- Capitão Luck, achamos como interligar ..
- Já estou sabendo, eu quero que você de um jeito de soltar o Bruce, mas mantô- lo sob custódia, para evitar acusá- lo dos próximos crimes que poderão vir a ocorrer.
- Ok.
[…]
Jessie não desgrudava mais do livro, era bizarro ver o assassinato que ela investigou, estar publicado em um livro. No jornal da noite da CNN estava mostrando Pike na TV falando como estava sendo incomodado por causa dos crimes.
Robbins então decidiu terminar o livro, para entender como essa história iria acabar.
[…]
- James Pike, aqui é novamente Jessie Robbins da repar...
- Fala o que você quer!
- Sua ajuda.
- Eu poderia estar muito bravo com a sua falta de educação comigo, mas como estou sendo incomodado com tudo o que está acontecendo, vou te ajudar nesse caso.
- Me encotra às dez no Plaza Center ok?
Jessie chega antes, e pede uma água, logo em seguida Pike chega, com um boné e um óculos, pois não queria ser assediado por fãs.
- Pois bem detetive Jessie, no que quer a minha ajuda?
- Quem é o assassino?
- E como eu posso saber?
- No livro, quem é o assassino?
- Não existe, o livro termina com esse enigma, ele não existe!
- Está me dizendo que no seu livro, o mal vence?
- É apenas uma história de suspense, ele cometeu crimes perfeitamente calculados!
- Não existe crime perfeito, o assassino sempre se esquece de um detalhe. Então.. porquê acha que é com os seus livros?
- Mas existe o assassino perfeito... e talvez algum fã maluco... Meu livro é um best -seller, o que posso fazer?
[…]
Jessie pesquisa no banco de dados da perícia todos os livros de Pike vendidos no distrito, mas um em particular chama sua atenção. Os livros vendidos foram todos da época do lançamento, até dois meses depois, porém, um havia sido comprado a apenas um mês atrás, exatamente a época em que ocorreu o primeiro homicídio, localizou a loja, era uma banca na All Street, a mesma rua em que a Victória foi encontrada, e procurou o comprador, mas não achou, o livro foi pago a dinheiro, as seis da tarde do mesmo dia do assassinato. Jessie tinha certeza que tinha encontrado o assassino.
Decidiu ir a tal banca e ver se o vendedor lembrava do rosto do assassino.
- Boa tarde, eu sou a policial Robbins da perícia, se lembra do último livro de James Pike que vendeu?
- Sim claro que lembro e não faz muito tempo, esse livro vendeu muito a um tempo atrás..
- É, eu sei, mas ultimamente as vendas tinham caído não é? Mas mesmo assim, vendeu um único exemplar a mais ou menos um mês.
- Nossa é verdade, vendi mesmo!
- E se lembra do rosto da pessoa?
- Não, acho que não... só me lembro que era um homem, alto, mas estava de .. ah sei la, não me lembro.
- Boné e óculos?
- Sim, mas o que tem a ver?
[…]
Passou pela cabeça de Jessie, que Pike pudesse ter comprado o livro, mas pra quê? Ele tem seus livros, .. não teria nada a ver.
O que ela percebeu, é que pode não existir o crime perfeito, as vezes o assassino deixará pistas, o que não quer dizer que os investigadores perceberão, e com isso, os crimes nunca foram revelados, e o assassino nunca foi identificado.
James Pike – Ao entardecer”

E esse era o fim do livro de James Pike, assim como no seu conto, os crimes reais também nunca chegaram a ser solucionados, e nem ao menos encontraram um suspeito.
Nunca descobriram portanto, que na caneta, sua tinta era de sangue.